sábado, 4 de agosto de 2012

Batalha por Aleppo se intensifica com o aumento dos bombardeios (CONTATO.COM NOTÍCIA)


A batalha pela cidade de Aleppo, onde parte do território é controlada pelo rebelde Exército Livre Sírio (ELS), se intensificou neste sábado devido aos bombardeios por terra e por ar das forças governamentais.

Ao mesmo tempo, na capital Damasco, um grupo de 48 peregrinos iranianos foi sequestrado, uma ação pela qual o regime acusou 'grupos terroristas armados', como costuma denominar aos rebeldes.

Em comunicado, a opositora Comissão Geral da Revolução Síria assegurou, por sua parte, que pelo menos 94 pessoas morreram hoje em ações de violência no país, 24 delas na província nordeste de Deir el Zur.

Os rebeldes lançaram, além disso, um ataque para tentar apoderar-se da sede da emissora de rádio e televisão em Aleppo, mas foram repelidos pelas tropas governamentais com ajuda de helicópteros, segundo explicou à Agência Efe por telefone o 'número dois' do ELS, Malek Kurdi.

Após esse ataque frustrado, os combatentes do ELS recuaram e tomaram posições nos arredores da emissora, sobre a qual se elevam colunas de fumaça.

'As tropas já não enfrentam diretamente o ELS, mas bombardeiam a cidade com helicópteros, tanques e artilharia pesada', apesar do que, assinalou Kurdi, não conseguiram ainda dominar os insurgentes.

Os aviões de combate também participam dos combates, e o Observatório Sírio de Direitos Humanos denunciou que um caça Mig-21 bombardeou o bairro de Al Sahur, em Aleppo, o que causou um número indeterminado de feridos e levou os moradores a empreender uma fuga precipitada.

Em Damasco, o bairro de Al Tadamun passou a ser controlado pelas forças governamentais após duas semanas de ataque, segundo disseram à Efe várias testemunhas.

O ativista Abu Qais al Shami assinalou que as tropas conseguiram entrar em Al Tadamun e obrigaram os combatentes do ELS a retirar-se.

'Neste momento, os soldados estão entrando em casas e lojas, as saqueiam e depois ateiam fogo. Eu mesmo tive minha casa e meu negócio destruídos', contou Al Shami, acrescentando que estão ocorrendo execuções sumárias e que foram encontrados seis corpos carbonizados em uma casa.

O mesmo ativista relatou à Efe por telefone que os confrontos chegaram até a região de Arrabia no bairro de Al Mohayerin, a apenas 200 metros do palácio presidencial, que está protegido pela Guarda Republicana com cobertura aérea.

Horas antes, um ônibus com 48 peregrinos iranianos xiitas foi sequestrado nos arredores da capital, segundo confirmaram à Efe fontes oficiais sírias, pelas mãos do que o regime sírio classificou como 'grupo terrorista armado'.

Testemunhas do fato declararam à Efe que o veículo foi capturado em uma avenida na altura do aeroporto internacional de Damasco.

Nenhum grupo assumiu até o momento a autoria da captura dos reféns do Irã, o principal aliado do regime de Bashar al Assad.

Segundo a agência iraniana de notícias 'Fars', os peregrinos, que finalizavam uma viagem por centros religiosos xiitas da Síria, foram sequestrados às 11h locais (5h de Brasília), quando o ônibus se dirigia ao aeroporto, onde os peregrinos deviam tomar um voo em direção ao Irã.

Cerca de 700 mil iranianos xiitas peregrinam todo ano ao templo de Sayida Zeinab, a neta do profeta Maomé, em Damasco.

Desde dezembro do ano passado, 29 iranianos foram sequestrados por organizações armadas opositoras sírias, entre eles dois grupos de 11 peregrinos que foram capturados em janeiro e fevereiro respectivamente e posteriormente postos em liberdade com a mediação da Turquia.

Os sequestros e assassinatos por motivos religiosos dispararam nos últimos meses na Síria, despertando o temor na comunidade internacional de que um levante contra o regime de Assad degenere em um confronto sectário.

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