
O ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, confirmou nesta quarta-feira a presença de pelo menos 12 países na reunião convocada por Teerã sobre a crise na Síria, nesta quinta (9). A informação foi revelada pela agência de notícias oficial Irna.
"A reunião consultiva sobre a Síria será organizada amanhã com a presença de 12 a 13 países de Ásia, África e América Latina", disse Salehi, sem novamente dar detalhes sobre os Estados confirmados. "Nosso principal argumento é a condenação da violência e a celebração de um diálogo nacional".
Mais cedo, o presidente Mahmoud Ahmadinejad afirmou que o encontro é uma boa ocasião para tentar solucionar os problemas na Síria, junto com a cúpula da Organização da Cooperação Islâmica em Meca, na Arábia Saudita, na semana que vem.
Além dos 12, outros países foram chamados e recusaram o convite, entre eles o Brasil. Oficialmente, o Itamaraty disse apenas que "não está prevista" a participação brasileira.
A expectativa, no entanto, é que o Brasil não participe da discussão, já que também não esteve presente na reunião do grupo de Amigos da Síria (pró-oposição) em Paris, em 6 de julho. O Itamaraty tem privilegiado as discussões multilaterais na ONU.
O convite também foi rejeitado por Líbano, vizinho da Síria, e pela comitiva do ainda enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) à Síria, Kofi Annan.
NÃO ALINHADOS
A expectativa é que participem nesta reunião os países chamados pelo Irã de "não alinhados" e que votaram contra a resolução aprovada na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), na última sexta (3).
Dentre eles, estão Rússia e China, que vetaram resoluções contra o regime sírio no Conselho de Segurança, e países como Bolívia, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Belarus e Coreia do Norte.
Com a reunião, Teerã se envolve pela primeira vez de forma direta no conflito sírio, organizando um evento diplomático. Desde o início dos confrontos, o governo iraniano deu apoio ao ditador Bashar Assad, gerando protestos e desconfiança de alguns países.
Para os Estados Unidos e países do golfo Pérsico, como a Arábia Saudita e o Qatar, o Irã fornece armas ao regime sírio. Teerã, por sua vez, faz a mesma acusação, mas fornecendo à oposição.
Em junho, a Rússia e a China advogaram pela entrada do Irã nas negociações pelo fim da violência na Síria, o que foi recusado pelos países ocidentais.
Fonte: Folha
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