terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mais um advogado dos réus do mensalão admite "caixa 2" (CONTATO.COM NOTÍCIA)


Começou na tarde desta terça-feira (7) mais um dia de julgamento da Ação Penal 470, o mensalão. Nesta tarde serão ouvidos os advogados de quatro réus ligados ao publicitário Marcos Valério, além da ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello.

Os ex-sócios de Marcos Valério são acusados de participar de um esquema de desvio de verbas, por meio de empréstimos falsos no Banco Rural. O dinheiro teria sido utilizado para comprar votos no Congresso.

Todos os advogados negaram as ilegalidades. O advogado Paulo Abreu e Silva, defensor de Rogério Tolentino, ironizou o Ministério Público, e disse que a acusação criou um roteiro "digno de novela das oito". O advogado, no entanto, admitiu a prática de "caixa 2" por parte de seu cliente.

O advogado seguiu a estratégia de Delúbio Soares e Marcos Valério. Na segunda-feira, os advogados dos dois réus também admitiram operar um esquema de caixa 2, mas negaram mensalão. Hoje, o advogado de Tolentino disse que seu cliente recebeu R$ 1,4 milhão em caixa 2, "muito antes de aparecer o mensalão". "Ele me contou que recebia honorários da SMPB no famoso caixa 2 e não contabilizava".

Paulo Abreu negou a existência de lavagem de dinheiro e disse que seu cliente já foi pego pela Receita Federal e pagou multa por ter sonegado imposto.

Defesa de Cristiano de Mello Paz

Antes disso, o advogado Castellar Modesto Guimarães Filho falou em nome de Cristiano de Mello Paz. A defesa de Cristiano se apoiou no trabalho dele como publicitário. Segundo o advogado, a função de Cristiano foi sempre na área de criação, e ele não se envolvia nas decisões financeiras da SMPB.

O advogado também questionou a acusação da Procuradoria-geral. Segundo ele, a acusação não menciona em nenhum momento atuação ou comportamento individual de Cristiano. "Não houve por parte do Ministério Público sequer uma pergunta a qualquer uma das testemunhas ouvidas em relação do comportamento sobre Cristiano Paz para que buscasse fundamentar a acusação que é feita a ele".

A tese do advogado é que Cristiano está sendo acusado apenas pelo fato de ter sido sócio de Marcos Valério. A mesma defesa foi utilizada pelo advogado de Ramon Hollerbach, outro sócio de Valério.

Defesa de Simone Vasconcelos

O advogado Leonardo Yarochewsky foi o terceiro a falar, e apresentou a defesa de Simone Vasconcelos, que era funcionária da SMPB na época do escândalo. Simone era diretora financeira da empresa de publicidade, e assinou contratos com o Banco Rural e repassou dinheiro para parlamentares.

Segundo o advogado, Simone era apenas uma funcionária e não tinha autonomia para tomar decisões financeiras na empresa. O advogado também sustentou que os réus não podem ser condenados apenas pelo cargo que ocupavam. "O que mais se faz nesse processo é culpar pessoas pelo cargo que ocupava, ou porque ocupava cargo em determinado banco, ou em determinado partido, ou em determinada agência de publicidade".

O advogado confirmou a acusação de que ela teria pedido um carro-forte para transportar dinheiro do Banco Rural para a agência de publicidade.

Fonte: Época

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