
O relator especial da ONU sobre direitos das pessoas refugiadas, o zambiense Chaloka Beyani, alertou nesta quinta-feira que o desrespeito aos direitos humanos gerou uma grave crise de refugiados internos na Síria à medida que o conflito no país árabe se intensifica. Beyani expressou sua preocupação com a situação de 1,5 milhão de pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas por causa do conflito e que ainda permanecem dentro das fronteiras do país.
“Os intensos combates e o uso de armamento pesado em zonas urbanas de alta densidade populacional são um motivo de grande preocupação. Cada vez há mais pessoas que são obrigadas a fugir de seus lares”, explicou o relator. Essas pessoas “buscam refúgio na residência de familiares, escolas e acampamentos improvisados”, completou Beyani, que lembrou a obrigação das partes envolvidas no conflito de garantir “o direito à vida e o direito à integridade física” dos civis.
O relator especial pediu ao governo do ditador Bashar Assad que permita sem restrições o “pleno acesso” das organizações humanitárias. “A falta de acesso ao atendimento médico e outros serviços essenciais, como água e comida, está piorando a grave situação dos refugiados internos”, indicou Beyani, que também demonstrou preocupação com a “crescente vulnerabilidade” dos civis.
O representante da ONU exigiu que o regime de Damasco estabeleça lugares seguros aos refugiados sem que os mesmos “sintam medo de serem presos ou de sofrer discriminação”. Beyani também exigiu aos grupos armados de oposição que “respeitem esses espaços e permitam que os agentes humanitários tenham acesso livre e sem obstáculos as zonas de confronto”.
Além de chamar atenção do governo e dos opositores, o relator da ONU ressaltou a necessidade da comunidade internacional empregar os fundos disponíveis para contribuir com os esforços humanitários no interior da Síria e, com isso, garantir uma melhor assistência aos refugiados.
Fonte: Veja com agência EFE
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